Na próxima semana, a Polícia Federal enviará ao governo argentino, liderado pelo presidente Javier Milei, uma lista contendo pedidos de extradição de indivíduos vinculados aos eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, os quais buscaram refúgio na Argentina. Conforme fontes da PF consultadas pelo R7, essa iniciativa conta com o respaldo do Ministério das Relações Exteriores e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma primeira relação elaborada pela corporação indica que aproximadamente 65 participantes dos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes fugiram ilegalmente para o território argentino. A intenção da Polícia Federal é inserir os nomes desses investigados e fugitivos em uma rede que engloba as forças policiais de toda a América, conhecida como Ameripol.
Entretanto, há uma inquietação entre os membros da corporação quanto à resposta que Milei dará, dado que o presidente argentino é crítico de Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a campanha eleitoral, Milei dirigiu várias críticas ao líder petista, chegando a rotulá-lo como "comunista" e "corrupto".
Na última quinta-feira (6), a Polícia Federal conduziu uma operação em larga escala em 18 estados e no Distrito Federal com o objetivo de recapturar os fugitivos do 8 de Janeiro. Ao todo, 209 pessoas estavam foragidas, enfrentando acusações que incluem a subversão violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe, vandalismo qualificado, participação em associação criminosa, incitação ao crime e destruição de bens especialmente protegidos.
A operação, denominada Lesa Pátria, é uma ação contínua e já alcançou sua 27ª fase, resultando em centenas de prisões de indivíduos envolvidos em atividades extremistas. "Mais de duzentos réus deliberadamente violaram ordens judiciais ou fugiram para outros países, buscando evitar a aplicação da lei penal", declarou a PF.