A greve dos médicos, iniciada nesta quarta-feira, 31, em todo o Acre pelo Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed), resultou na adoção de um atendimento "padrão" nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais.
Na UPA Franco Silva, localizada na região da Sobral, em Rio Branco, todos os cinco médicos escalados compareceram à unidade, mas apenas dois iniciaram o atendimento. Antônio Charles dos Santos, de 43 anos, relatou: “Vim aqui porque perdi o remédio prescrito, caiu da bolsa e precisava de uma nova receita. Disseram que só atenderão urgências e emergências. É um descaso; vou ter que esperar uma situação grave para ser atendido.”
A decisão pela greve foi tomada durante uma assembleia-geral extraordinária (AGE) convocada pelo Sindmed-AC na noite de terça-feira, 23. A greve foi motivada pela falta de progresso nas negociações com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). As principais reivindicações incluem o pagamento dos adicionais devidos aos servidores, melhorias nas condições de trabalho, aumento da segurança e uma contraproposta do governo para o Plano de Cargo, Carreira e Remuneração (PCCR). Além disso, os médicos decidiram suspender todos os plantões extras em todas as unidades do estado, e a violação dessa decisão poderá levar a sanções éticas.
“Não estamos reivindicando aumento salarial, mas apenas o pagamento dos valores que o governo deve. Parece que estamos voltando aos tempos de atraso salarial, e não vamos recuar”, afirmou Guilherme Pulici, presidente do Sindmed-AC.