Em um pronunciamento televisionado na terça-feira, 30, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que qualquer pessoa que protestar contra o resultado das eleições será presa por, no mínimo, 15 anos. Ele acrescentou que “não haverá perdão”.
“E o peso da lei será aplicado a eles”, declarou Maduro. “No mínimo, passarão na cadeia, no mínimo, no mínimo, pela medida mais baixa, 15 anos por crimes. De 15 a 30 anos, me diz aqui o procurador-geral [Tarek William Saab]. E desta vez não haverá perdão. O grande coração do perdão ficará para outra época. Agora, não.”
O país está em meio a uma onda de protestos desde a divulgação dos resultados do pleito, que ocorreu na madrugada da segunda-feira, 29. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, controlado pelo regime chavista, Maduro foi proclamado presidente “reeleito”, com 51,2% dos votos.
O candidato da oposição, Edmundo González, apoiado por María Corina Machado, recebeu 44,2% dos votos. No entanto, a coalizão de direita alega que González foi o verdadeiro vencedor, com 73%. Também na terça-feira, María Corina e González lançaram um site para consultar as atas da eleição.
Segundo o chefe do Ministério Público da Venezuela, Tarek Saab, a ditadura já prendeu 749 manifestantes que expressaram descontentamento com os resultados divulgados pelo regime. Esses manifestantes serão processados por “terrorismo”.
Conforme o Código Penal da Venezuela, quem for condenado por um dos crimes apontados pelo chavismo pode enfrentar penas que variam de um mês a dez anos de prisão.