Organizado por movimentos populares, entidades representativas da classe trabalhadora e com o apoio das pastorais sociais da Igreja Católica, o Grito dos Excluídos e Excluídas celebra sua 30ª edição em 2024.
Em Rio Branco, o evento ocorrerá no sábado, 7 de setembro, com concentração às 8h da manhã na Praça dos Tocos, em frente à Catedral. Após a concentração, haverá uma caminhada pelas ruas do Centro até o Palácio Rio Branco.
Mesmo com a fumaça predominante na capital, a organização preparou uma ação adicional no dia 5 de setembro, Dia da Amazônia, às 8h, na Praça da Revolução. Essa atividade teve como objetivo promover reivindicações em prol da Justiça Social.
Todos os anos, o movimento adota o tema “Vida em Primeiro Lugar”, mas este ano a ação convida a sociedade a refletir sobre o lema “Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?”.
As reflexões preparatórias abordam temas específicos que relembram os 30 anos de lutas e manifestações, destacando a urgência de políticas públicas, especialmente após os cortes de recursos do Estado que afetam diretamente o Sistema Público de Saúde, a Educação, a Segurança Pública, o Transporte Público e a Cultura.
Aurinete Brasil, assessora Regional da Cáritas Brasileira e do Serviço Pastoral dos Migrantes na Diocese de Rio Branco, falou à GAZETA sobre a importância do ato para a cidade.
“Esse ato é fundamental para dar voz às populações mais carentes que não têm representação. A Igreja Católica se une aos movimentos sociais para denunciar injustiças, como a falta de alimentação digna, moradia e trabalho, e para promover uma sociedade menos preconceituosa e mais fraterna”, explicou.
Sobre os desafios enfrentados na realização do evento, Aurinete comentou:
“Há desafios, desde a estruturação de um evento tão significativo até as diversas interpretações de quem não compreende ou não concorda com o ato. No entanto, contamos com o apoio dos movimentos sociais e estudantis e com a estrutura e suporte da Diocese de Rio Branco.”
Ela destacou que o objetivo do Grito dos Excluídos é levar para as ruas de todo o Brasil bandeiras de luta contra xenofobia, preconceito, discriminação racial e de gênero, degradação ambiental e a proteção da fauna e flora. “Nossa Casa Comum, tão lembrada na Encíclica Laudato Si, nos pede cuidado com a Mãe Terra”, acrescentou.
Na Amazônia acreana, a situação é crítica. A seca e as intensas queimadas têm criado um cenário alarmante, com a qualidade do ar severamente prejudicada. Entre 25 de agosto e 2 de setembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 995 focos de queimadas no Acre, elevando o nível de poluição do ar a níveis perigosos.
História do Movimento
O Grito dos Excluídos e Excluídas começou a ser promovido anualmente no dia 7 de setembro, como um chamado para manifestações e reivindicações coletivas. A proposta surgiu em uma reunião de avaliação da 2ª Semana Social Brasileira, realizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 1993 e 1994.
O evento de 1995 marcou a estreia do Grito dos Excluídos e Excluídas, com o tema “A vida em primeiro lugar” e o lema “A fraternidade e os excluídos”. Ao longo desses 30 anos, o movimento tem se destacado por dar voz às populações mais carentes e unir a Igreja Católica aos movimentos sociais na denúncia das injustiças e na busca por uma sociedade mais justa e fraterna.
Programação do evento 07/09 (sábado):
- 08h: Concentração na Praça dos Tocos (em frente à Catedral)
- 09h: Caminhada pelas ruas do Centro de Rio Branco
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