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Confronto entre policiais e traficantes na Avenida Brasil termina com 3 mortos com tiros na cabeça

A operação policial, destinada a combater o roubo de cargas, resultou em um tiroteio que gerou horas de caos. A polícia apreendeu duas granadas e prendeu um suspeito.

Redação Acrelândia News
Por: Redação Acrelândia News
24/10/2024 às 20h22
Confronto entre policiais e traficantes na Avenida Brasil termina com 3 mortos com tiros na cabeça

Três pessoas morreram a caminho do trabalho, na manhã desta quinta-feira (24), ao serem baleadas na cabeça durante um tiroteio na avenida mais movimentada do Rio de Janeiro.

No meio do tiroteio, "sem ter para onde correr. Sem saber para onde ir e sem caminhos para pedir socorro. Parecia que as balas vinham de toda parte." Milhares de pessoas que acordaram de madrugada e saíram de casa rumo a mais um dia de trabalho tiveram que sobreviver no caminho.

Centenas de metros da mureta de concreto viraram escudo, com "carros, caminhões e ônibus parados e cercados por tiros." Em meio a esse caos, uma mãe enfrentou o desafio de "tirar a calma para acalmar a própria filha" enquanto tentava levá-la à escola.

Por mais de duas horas, a Avenida Brasil, uma linha de trem e um corredor de ônibus permaneceram parados. O Globocop mostrou a pequena distância entre a avenida mais movimentada da cidade e as ruas onde armas de guerra estavam em ação.

Terror no Rio: confronto entre policiais e traficantes na Avenida Brasil mata 3 trabalhadores com tiros na cabeça — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Na região do chamado Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, os moradores não puderam sair de casa, e nem mesmo entre quatro paredes estavam seguros. Uma moradora mostrou os buracos na sala de sua casa e, em seguida, juntou os cartuchos ao redor. Outra moradora expressou seu desamparo: "Muitos tiros, barulho ensurdecedor, coisas que a gente vê em cenas de filme. Mexe com o transporte público, mexe com as escolas, mexe com os hospitais. E quem é por nós? Ninguém."

Adonias dos Santos sobreviveu por centímetros. O amigo que estava atrás dele no ônibus foi atingido. Renato Oliveira Alves Reis, de 48 anos, fazia o mesmo caminho todos os dias, mas nesta quinta-feira (24), levou um tiro na cabeça enquanto estava dormindo. "A gente estava vindo para o trabalho, meu amigo cochilando. Os bandidos começaram a dar tiro no caveirão. O tiro bateu no ônibus, atingiu meu amigo na cabeça”, conta Adonias dos Santos.

Paulo Roberto de Souza, de 60 anos, também morreu com um tiro na cabeça. O passageiro assumiu o volante tentando salvar a vida dele, mas o motorista de aplicativo chegou morto ao hospital. "Uma pessoa muito honesta, trabalhadora, família, amigo. Tenho uma amizade com ele de anos e anos, trabalhamos juntos. Infelizmente foi isso aí," diz o vigilante Julio da Costa.

Um terceiro trabalhador, Geneílson Eustáquio Ribeiro, de 49 anos, também foi atingido na cabeça e morreu durante a tarde. 

A operação policial que deu origem ao tiroteio visava combater o roubo de cargas que estariam sendo escondidas na região. Segundo a polícia, as tropas recuaram e interromperam a operação. Depois de tantos tiros e horas de caos na segunda maior cidade do país, a polícia apreendeu duas granadas e prendeu uma pessoa. 

"Infelizmente, tivemos uma reação por parte do tráfico muito desproporcional. Hoje, o que a gente viu foi um ato de terrorismo. A inteligência fala que nós chegamos muito perto de um grande líder dessa facção. E, para dissipar a polícia, eles então resolveram atirar nas pessoas deliberadamente. Todas essas regiões estarão plenamente reforçadas com toda a estrutura que a polícia tem para que a gente possa garantir a paz para as pessoas e a vida transcorrer o mais natural possível,” afirmou Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro. 

As palavras de quem perdeu um amigo e escapou da morte traduzem o sentimento de uma cidade inteira: "Ele ia fazer um café da manhã no trabalho dele. Estava levando refrigerante, mortadela... Ficou tudo dentro do ônibus e foi embora, acabou. A vida é assim, acaba em um piscar de olhos. Tem família, filho está aí, tem a filha, e agora? Quem vai sustentar essas crianças agora? Como foi ele, poderia ser eu. Eu estava no banco da frente, irmão,” diz Adonias dos Santos.

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