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Governadores Planejam Ir ao STF Contra Regras Federais sobre Uso da Força Policial

Decreto presidencial vincula repasses financeiros à adoção de medidas que limitam o uso da força, gerando críticas de estados do Sul, Sudeste e do Distrito Federal.

Por: Redação Acrelândia News
26/12/2024 às 11h09
Governadores Planejam Ir ao STF Contra Regras Federais sobre Uso da Força Policial

Governadores planejam ação no STF contra decreto sobre uso da força policial

Um decreto federal que estabelece regras para o uso da força por policiais reacendeu a tensão entre governadores e o governo federal. As medidas previstas incluem o uso de armas de fogo apenas em último recurso e a exigência de capacitação contínua para os agentes. Embora as normas não sejam obrigatórias, elas se tornaram condição para o acesso a verbas do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), o que gerou indignação entre líderes estaduais.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, foi enfático ao prometer uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para sustar o decreto:
“Vamos entrar imediatamente com uma ação no STF para cassar esse absurdo. Espero que a população cobre dos responsáveis por esse decreto quando bandidos invadirem uma residência, roubarem um carro ou assaltarem um comércio”, afirmou Castro.

O decreto determina que a força letal deve ser empregada apenas como último recurso e proíbe abordagens discriminatórias. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, defendeu a medida:
“A força letal não pode ser a primeira reação das polícias. Só podemos usá-la em última instância. Precisamos de abordagens que respeitem os direitos dos cidadãos”, disse.

Além disso, o governo federal oferecerá capacitação obrigatória anual aos profissionais de segurança pública, e a pasta será responsável por padronizar procedimentos e avaliar ações em todo o país.

Críticas e Reações

Governadores como Ronaldo Caiado (GO) e Ibaneis Rocha (DF) consideraram o decreto uma interferência indevida na autonomia dos estados. Caiado foi duro ao criticar o vínculo das normas com o repasse de verbas:
“É uma chantagem explícita. Caso não sigamos as diretrizes do governo federal, perderemos acesso aos fundos de segurança e penitenciário, o que favorece a criminalidade”, declarou.

Ibaneis Rocha classificou o decreto como uma intervenção federal:
“Segurança pública é responsabilidade dos estados. Essa medida é uma interferência total e desnecessária”, disse.

Deputados da bancada da segurança pública também se manifestaram. Rodolfo Nogueira (PL-MS) anunciou um projeto de lei para sustar o decreto, enquanto Sanderson (PL-RS) o classificou como um entrave no combate ao crime.

Contexto e Impactos

O decreto surge em meio a episódios recentes de abusos policiais, como o afastamento de 45 agentes em São Paulo. Para Lewandowski, essas situações reforçam a necessidade de uma regulamentação nacional:
“O lamentável incidente no Rio demonstra a importância de padronizar o uso da força pelas polícias em todo o país”, afirmou o ministro.

Os governadores do Consórcio de Integração Sul-Sudeste (Cosud) também se opuseram à medida e apresentaram sugestões, como o compartilhamento de dados de tornozeleiras eletrônicas sem autorização judicial e a inclusão de membros de organizações criminosas na Lei de Crimes Hediondos.

Apesar disso, governadores como Romeu Zema (MG) e Jorginho Mello (SC) recusaram reuniões com o presidente Lula para discutir a proposta. Em resposta, o Cosud reforçou a importância de uma abordagem descentralizada e respeitosa às diferenças regionais na segurança pública.

Enquanto isso, o governo federal mantém a posição de que o decreto é essencial para uniformizar práticas e evitar abusos, mesmo diante das pressões e da resistência de diversos estados.

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