Entre 2022 e 2025, o Acre registrou 45 mortes decorrentes de intervenções policiais, conforme dados da Coordenação de Dados Estatísticos do Departamento de Inteligência da Polícia Civil do Estado. A maioria das vítimas era composta por pessoas pardas e negras.
A capital, Rio Branco, concentrou o maior número de ocorrências no período, com 17 mortes, seguida por Brasileia (5), Cruzeiro do Sul (4) e Plácido de Castro (4). Outros municípios também registraram casos, totalizando 45 mortes em pouco mais de três anos.
Do total de vítimas, 95,56% eram homens (43 mortes), e pouco mais de 4% eram mulheres (duas ocorrências). O ano de 2022 foi o mais letal, com 19 registros, seguido por 15 em 2023, 10 em 2024 e apenas um caso até agora em 2025.
As armas de fogo foram utilizadas em 97,78% das ocorrências, enquanto 2,22% envolveram arma branca. Das mortes registradas, 36 ocorreram durante ações policiais em serviço, e oito fora de serviço.
No recorte racial, a maioria das vítimas era parda, com 33 mortes (73,33%), seguida de pessoas negras, com 8 registros (17,78%). Há ainda uma vítima indígena e uma branca (2,22% cada).
Quanto às instituições envolvidas, a Polícia Militar foi responsável pela maioria das mortes, com 33 casos (73,33%). O Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) registraram cinco mortes cada (11,11%), enquanto a Polícia Civil teve duas ocorrências (4,44%).
Esses dados evidenciam a necessidade de políticas públicas voltadas para a redução da letalidade policial e o combate ao racismo institucional, visando à proteção da vida e à promoção da equidade racial no sistema de segurança pública.