Levantamento com base nos dados do ‘Covid-19 Community Mobility Reports’, relatório de movimentação de pessoas do Google na pandemia, mostra que o acreano tomou consciência do isolamento social, seja por vontade própria, seja por conta das medidas de restrição estabelecidas pelas autoridades estaduais, como os lockdowns e o fechamento parcial de repartições públicas e serviços não-essenciais.
O relatório de movimentação de pessoas do Google é produzido com informações de celulares que tiveram a função ‘localizador’ acionada.
OPINIÃO analisou o documento, disponível pelo site do Google neste endereço, verificando que houve um aumento de 10% no número de pessoas no Acre reclusas em suas casas entre os dias 9 de fevereiro e 23 de março últimos, em comparação ao período de cinco semanas: de 3 de janeiro a 6 de fevereiro de 2021.
Quando o assunto é tendência de mobilidade em mercados, armazéns de alimentos, feiras, lojas de alimentos gourmet, drogarias e farmácias, a circulação de pessoas em todo o estado aumenta para 28%.
Em Rio Branco, um fato interessante apontado pelo Google é que continua alto o número de pessoas que se movimentam por meio do transporte coletivo, utilizando-se de ônibus que circulam pelos terminais de integração nas periferias da capital acreana e no Terminal Urbano de Rio Branco.
Entre os dias 9 de fevereiro e 23 de março, a alta de pessoas andando de ônibus na capital acreana foi de 88% em relação ao valor base dos dias 3 de janeiro a 6 de fevereiro.
De acordo com o Google, os números “foram desenvolvidos para dar informações úteis sem [no entanto] deixar de obedecer aos protocolos rigorosos de privacidade e proteger os dados das pessoas (…) que ativaram a configuração ‘Histórico de localização’”.
A plataforma americana diz ainda que “jamais serão disponibilizadas informações de identificação pessoal, como local, contatos e deslocamento de indivíduos”.
E que “os insights dos relatórios são criados com conjuntos de dados agregados e anônimos de usuários que ativaram a configuração ‘Histórico de localização’, que fica desativada por padrão. Aqueles que optaram por usar esse recurso podem desativá-lo a qualquer momento na Conta do Google, além de excluir os dados relacionados diretamente na Linha do tempo”.
Em 2020, isolamento, só em dias críticos
Em março do ano passado, um levantamento da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), com base no mesmo relatório do Google à época, mostrou que até a primeira quinzena de abril daquele ano, os acreanos só respondiam aos apelos de permanecer em casa quando liam uma informação trágica ou quando acreditavam que algo iria impactar diretamente na sua segurança.
A Sesacre observou também, por meio dos números, que a preocupação foi momentânea, já que dois ou três dias depois de momentos de lucidez sobre a realidade da pandemia, as pessoas voltavam a relaxar, retornando ao convívio social normal em tempo de anormalidades de contaminação por coronavírus.
Na ocasião, entre os dias 29 de fevereiro e 11 de abril de 2020, o pico de pessoas em supermercados e farmácias aconteceu no dia 22 de março, um domingo e cinco dias após o anúncio dos primeiros três casos confirmados oficialmente de contaminação por coronavírus no Acre, no dia 17 de março.
Agora, em 2021, as medidas muito bem acertadas pelo Governo do Estado do Acre e pactuadas pelo Comitê de Enfrentamento à Covid, conscientizaram a população a se resguardar ainda mais, enquanto ela assimilava um aumento ainda pior no número de casos que culminou agora com o colapso no sistema de saúde.
“Esse cenário foi didático para as pessoas que estão se resguardando mais, embora ainda tenhamos um número altíssimo de casos”, explica o médico Osvaldo Leal, diretor-clínico da empresa Mediall, que administra o Hospital de Campanha instalado, desde o início da pandemia, nas dependências do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Acre, o Into-AC.
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